Histórico do Município

  • Publicado em: 14/07/2021 às 00:00   |   Imprimir

As terras que hoje constituem o Município de São José do Inhacorá, desde 1682 integravam a Província das Missões, administrada pelos jesuítas. Essa situação perdurou até por volta de 1750 quando foi assinado o Tratado de Madrid, quando esse território passou a pertencer a Portugal. Logo depois, em 1757, os jesuítas foram expulsos e essa região passou a ser governada por milicianos espanhóis. No ano de 1801 José Borges do Canto e Manoel dos Santos Pedroso reconquistaram novamente essa região, integrando-a definitivamente à área Rio-Grandense, sendo que antes fazia parte da Colônia do Sacramento.

São José do Inhacorá pertenceu respectivamente aos seguintes municípios: Rio Pardo, até 1809, Cachoeira do Sul, até 1819, Cruz Alta, até 1834. Em 1843 passou a pertencer ao Município de Santo Ângelo. Em 16 de dezembro de 1954 começou a fazer parte do Município de Três de Maio, do qual se emancipou em 20 de março de 1992, conforme Lei Estadual nº 9592. 

Os primeiros colonizadores de São José do Inhacorá enfrentaram grandes dificuldades que iam desde o ataque dos animais selvagens e dos bandidos que fugiam de Santo Ângelo na Guerra entre Chimangos e Maragatos até as dificuldades na obtenção de sementes para o plantio de suas roças, assim denominadas as pequenas lavouras que abriam no meio das matas virgens. Enfrentavam também os índios guaranis que fugiram da Guerra do Chaco, entre Paraguai e Bolívia, que, aproximadamente 250 famílias aqui acamparam durante 03 meses para daqui saírem e irem formar um toldo no Município de Santo Augusto.

Os primeiros moradores, de origem alemã na sua grande maioria, (famílias Ludwig, Willers, Jahn, Haupenthal, Marmitt, Auth, Müller e outras), começaram a chegar em São José do Inhacorá por volta de 1923.

Já em 1936 surgiu a primeira escola e pela primeira vez veio um padre para rezar missa, proveniente do atual Município de Três Passos.

As famílias eram muito dadas às lidas caseiras e tinham por costume visitar os vizinhos ao final de semana. Outros, levando dias de viagem, iam às Colônias Velhas rever parentes que lá haviam ficado. Um dos motivos que levou à ocupação das terras de São José do Inhacorá, segundo alguns moradores antigos relatam, era o medo de ocupar terras vermelhas, julgadas improdutivas. Assim, muitos, quase todos de origem alemã que persiste até hoje, ocuparam áreas próximas dos rios Inhacorá, Buricá e Lajeados, como o Restinga, o Itu, o Caramuru e o Jundiá.

A religião é predominante católica, existindo confessores da religião evangélica na localidade de Mato Queimado. Em 2016, registram-se confessores da IELB - Igreja Evangélica Luterana do Brasil e IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, já na cidade inhacorense. Registra-se também, uma igreja de culto Evangélico Assembleia de Deus.

Fala-se ainda muito a língua alemã e dentro dela principalmente dois dialetos: O “Hunsrickich” e o “Pommerana”.

Pela Lei Municipal nº 04/48, de 05 de outubro de 1948, São José do Inhacorá foi levado à categoria de Distrito, distante 16 Km da sede municipal, Três de Maio.

Em 1992, pela Lei nº 9.592, já mencionada, tornou-se Município, emancipando-se em 20 de março do Município de Três de Maio. No primeiro mandato o Prefeito foi Abílio Graef, coadjuvado pelo Vice-Prefeito Alceu Inácio Fernandes. No segundo mandato (1996-2000) o Prefeito foi José Mario Müller e o Vice-Prefeito Eliseu João Redel Schenkel. No terceiro mandato (2001-2004) o Prefeito foi Abílio Graef e Vice-Prefeito Alceu Inácio Fernandes. No quarto mandato (2005-2008), o Prefeito foi Abílio Graef e e Vice-Prefeita Marta Willers Dinkowski. No quinto mandato (2009-2012) o Prefeito foi Alexandre Vaz Ferreira e Vice-Prefeito Roque José Dill e a atual Gestão (2013-2016) é de Eliseu João Redel Schenkel (prefeito) e Roque José Dill (vice-prefeito). A Gestão Municipal (2017-2020) está governada por Gilberto Pedro Hammes, como Prefeito e Eduardo Ludwig, como Vice-Prefeito. A Gestão Municipal de 2021-2024 é composta pelo Prefeito Municipal reeleito Gilberto Pedro Hammes e vice-prefeito Erasmo Luiz Fritzen.

É necessário salientar dentro da formação histórica do novo Município a participação comunitária, existente até hoje. Assim, na cidade as comunidades ergueram três escolas, sendo que uma ainda existe; um templo religioso; um hospital (com auxílio de capital estrangeiro e do governo brasileiro), com 36 leitos; um Centro Catequético, onde acontecem festas, casamentos, bailes, reuniões e palestras, uma canônica, moradia do padre vigário; uma casa para as irmãs da Congregação de São Francisco de Assis, encarregadas da administração do Hospital. No interior do Município, cada localidade tem sua capela, construída pelas próprias comunidades, sua escola, inicialmente aos cuidados das comunidades e depois transferida ao Poder Público e vários tem Centros Comunitários.

Em 2022, São José do Inhacorá é um hospitaleiro, organizado e pujante município localizado no Noroeste do RS que soma 30 anos de história;  possui em torno de 2.400 habitantes nesta data e está experimentando um crescimento exponencial no setor agrícola, industrial, comercial e de prestação de serviços.

Sua economia é basicamente agrícola e está concentrada na produção de grãos como soja e milho, com destaques à suinocultura e bovinocultura de leite, alavancando-se ano após ano no cenário regional o que pôde-se notar com o aumento no índice do ICMS em 2020. Todavia, há de se observar o Setor Terciário, que nos últimos anos expandiu suas atividades fabris além de diversifica-los significamente; a Indústria absorve praticamente toda a mão de obra inhacorense. São indústrias do ramo moveleiro, artefatos de cimentos, beneficiamento de madeiras e palitos dentais, processamento de papéis, indústria  têxtil, beneficiamento de chás e condimentos, agroindústria familiares e, especialmente,  uma grande indústria do setor metalomecânico de renome Nacional e Internacional.

O Município é conhecido regionalmente pela exuberante Praça que possui, a qual recebe visitantes/turistas todos os finais de semana, que prestigiam o local com suas famílias e amigos para tomar um chimarrão e desfrutar de um local arborizado, limpo e aconchegante.

 Outro grande destaque do município, é a Encenação da Paixão e Morte de Jesus Cristo, que acontece na sexta-feira Santa, trazendo para a cidade mais de 5 mil visitantes junto ao Parque São Francisco de Assis - o Calvário, no qual atuam mais de 60 atores locais e amadores para a representação. Local destinado para momentos de reflexões e contato coma Natureza.

 Santuário Parque São Francisco de Assis:

O Santuário Parque São Franciso de Assis, se localiza na Rua Leopoldo Rockembach, proximidades da Igreja Católica, e teve sua construção iniciada em 1978, e no ano seguinte, foi erguida a grande cruz. No dia 9 de Setembro de 1980 em uma solenidade foram colocadas juntamente a grande Cruz, as estátuas de Nossa Senhora das Dores e São João Evangelista, também sendo inaugurada na ocasião a Via-Sacra, vinda de São Paulo, ao longo da subida do Calvário. Ainda no ano de 1980 construiu-se uma pequena gruta em homenagem a São Francisco de Assis. No decorrer daquele ano foram colocadas junto a grande cruz mais duas cruzes com os ladrões cada qual esculpidas em madeira.

Um local de extrema beleza, em meio a Natureza, conta com lindas imagens pintadas por um artista local, o Santuário recebe muitas pessoas de outros municípios ao longo do ano, e na época da Semana Santa, véspera da Páscoa, chega a receber mais de 10 mil visitantes. Além disso, acontece o espetáculo teatral intitulado de “Encenação da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo” que já está na sua 41ª Edição, e conta com um público de aproximadamente 5 mil pessoas. O espetáculo é organizado e apresentado por um grupo de colaboradores voluntários, e conta com mais de 60 personagens amadores.

Gruta Nossa Senhora de Lourdes:

Localizada na Localidade de Linha Ilha, A Gruta Nossa Senhora de Lurdes foi inaugurada no dia 22 de junho de 1958. O local onde a gruta encontra,  foi feita a partir de uma pedra natural e no local também tem uma vertente de água permanente.

Praça Municipal Alceu Fernandes:

A Praça Municipal Alceu Inácio Fernandes, conta com uma área de 12.000 m2, está situada próximo à entrada da cidade de São José do Inhacorá e identifica-se como um local apropriado para encontro de amigos e familiares, a qualquer hora do dia, mas especialmente aos finais de semana. É dotada de uma beleza exuberante, muito bem ornamentada e que atrai muitos olhares. É um verdadeiro cartão postal, bastante aconchegante, consolidando-se como um local de lazer e encontro de amigos, brincadeiras, prática de esportes, caminhadas e rodas de chimarrão. Possui quadra de esportes com vestiários e banheiros; um quiosque com banheiros, cozinha e churrasqueiras; lago com queda d’ água artificial; extensa área verde e sombreada; cancha de areia com brinquedos rústicos, bancos, pergolados; passeios e caminhódromo, além destes, em Setembro de 2015 foi inaugurada a Galeria da Colonização que homenageou e retrata a colonização e os primeiros moradores e desbravadores das terras inhacorenses, em sua maioria, famílias de origem alemã, que deram início a vários costumes e tradições que foram abarcados e existem até hoje, como pode ser percebido na culinária e demais costumes, como o dialeto da língua alemã que ainda é muito falada.

CTG Recanto da Tradição:

O Centro de Tradições Gaúchas Recanto da Tradição é mais um dos atrativos de São José do Inhacorá. Criado e construído em 2012, ele é conhecido por toda região como um dos mais bonitos, e a cada ano teu aumentado os adeptos as tradições gaúchas, além de trazer muitas pessoas para sua visitação.

O Centro de Tradições Gaúchas se localiza junto à localidade de Linha Floresta, a um quilometro da cidade e conta com 516,05m², localizando em um local estratégico com uma vegetação em abundância, criando assim um belo visual estético ao conjunto, e, tem intrínseco em seu propósito a integração social de seus participantes, o tradicionalismo ao resgate e à preservação dos costumes dos gaúchos, através da dança/invernadas (cerca de setenta componentes de 2 a 50 anos), cavalgadas, a indumentária, entre outros fins, sempre objetivando a integração.

Usina desativada:

Conforme dados obtidos junto ao Escritor do Jornal Tribuna Boavistense, Lermen (2015), a energia elétrica chegou a Boa Vista do Buricá entre os anos de 1948 e 1954, quando o território era pertencente ao Município de Três Passos. Quem iniciou o projeto foi Paulo Trepte, que era natural da Saxônia - Alemanha, e veio ao Brasil em 1927. Conforme aponta o escritor, que conseguiu os dados junto a um trabalho de monografia do professor Paulo Hermes de Boa Vista do Buricá (1986), a construção da primeira usina foi feita a partir de um açude de 90 m de comprimento e 4 metros de altura no rio Inhacorá. A turbina utilizada foi trazida do Município de Estrela. Sempre com dificuldades financeiras, contava com a ajuda dos amigos para continuar o seu projeto de eletrificação.


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